17 de agosto: Dia Nacional da Mulher Empresária
A Lei 14.545/2023 instituiu o dia da mulher empresária na data de 17 de agosto. Essa data não foi escolhida ao acaso: A autora do projeto de lei, a deputada federal catarinense Carmen Zanotto escolheu a data para coincidir com o dia estadual da mulher empresária, comemorado em seu estado natal.
Mas as mulheres brasileiras batalharam muito para ter esse reconhecimento somente no ano de 2023.
Em um breve histórico das mulheres empreendedoras, temos como a primeira empreendedora do mundo, a Madame Clicquot Ponsardin (nascida Barbe-Nicole Ponsardin, na cidade de Reims na França), mais conhecida como “Veuve Clicquot” (Viúva Clicquot), viúva do empresário François Clicquot. Com a precoce morte de seu esposo, após apenas 7 anos de seu casamento, Madame Clicquot Ponsardin assumiu, aos 27 anos de idade, os negócios de seu falecido marido no ano de 1.805, que era banqueiro, atuava no mercado de compra e venda de lã e produção de champagne. Todavia, quando as atividades ficaram sob sua gerência, concentraram-se apenas no ramo da vinificação, para o qual a Madame Clicquot Ponsardin desenvolveu novas técnicas de fermentação de champagne. Assim, em 1.810 lançou a sua própria marca de champagne: a Veuve Clicquot-Ponsardin. A empresa Veuve Clicquot foi adquirida pela Louis Vuitton Moët Hennessy apenas no ano de 1.987.
Outro exemplo de empreendedorismo no início do século XIX é a Madame C.J. Walker, que nasceu nos Estados Unidos. Com o intuito de dar uma boa educação para sua filha, algo que não teve pois ficou órfã aos 7 anos de idade, e após sofrer doenças do couro cabeludo, que eram normais nas mulheres negras da época, Madame C.J. Walker criou produtos para cuidado de cabelo e iniciou seu negócio no ano de 1.905, e tornou-se uma varejista de produtos cosméticos. Para melhor conhecer a história da Madame C.J. Walker, há a série homônima no Netflix.
No Brasil, as quitandeiras foram as primeiras empreendedoras. Tem-se conhecimento de que iniciaram as atividades de comércio ambulante de produtos comestíveis no ano de 1.804, no Estado de Minas Gerais.
Um marco histórico para o início do empreendedorismo feminino foi o período da Segunda Guerra Mundial (1.940-1.945), bem como o pós-guerra, visto que muitas mulheres perderam seus esposos, e filhos, e precisaram arranjar uma maneira de subsistência. Assim, iniciaram seus trabalhos como enfermeiras, costureiras e começaram seus próprios negócios dentro de suas casas.
O meu maior exemplo de empreendedora é a minha avó, Dona Lourdes Swiszez Arriola. Ela e meu avô, Noazir Bittencourt Arriola, iniciaram, em 1.960, em um anexo à sua casa, em Curitiba, um depósito de grãos, que compravam no atacado e empacotavam para vender no varejo. O nome do estabelecimento era Produtos Estrela D´oro.
O negócio criado por ambos cresceu tanto que foi necessário mudarem-se para um lugar maior e contratar funcionários, pois houve um aumento muito grande no número de clientes. Visto que meu avô tinha suas atividades no escritório, minha avó começou a cuidar sozinha do estabelecimento. Minha avó chefiava muitos funcionários: uma equipe era responsável por empacotar os grãos e farinhas, outra equipe responsável por lacrar as embalagens, outros responsáveis por encaixotar as embalagens para serem carregadas nos caminhões que transportavam os produtos para Paranaguá e cidades da região metropolitana de Curitiba.
Não contente “apenas” com essa atividade, minha avó começou a fabricar seu próprio molho de tomate para vender. Ela também fazia um tempero de alho: descascava o alho e colocava todos os temperos, o qual ela chamava de “Alho-Massa”. As mulheres na época não tinham a facilidade de temperos prontos, pois precisavam descascar alho e cebola para cozinhar, e minha avó achou uma ideia inovadora fazer e vender tempero pronto. Devido a grande quantidade de farinha e ovos no depósito, minha avó começou a fazer massas frescas para vender: ela fazia massa de lasanha e macarrão. Como o espaço do depósito era muito grande, ela decidiu abrir na parte da frente do imóvel uma mercearia, na qual ela vendia todos os produtos do depósito no varejo; fazia e vendia pão de casa, os molhos de tomate, o “Alho-Massa”, as massas frescas e assavam e vendiam o frango assado.
No início da década de 60, minha avó achou inovador fazer e vender todos esses produtos, pois as mulheres na época cozinhavam em casa e não tinhas essas facilidades que encontramos nos mercados hoje em dia.
Às mulheres empreendedoras, admiráveis são os motivos que as levaram a empreender e o que as motiva dia após dia. O reconhecimento dessa data é fruto de muito trabalho, dedicação e amor por seus empreendimentos.
Data de Publicação: 17/08/2023
Autor: Helena Arriola Sperandio - Relações Governamentais da FACIAP